Descrição
O que acontece após a polícia matar? Mais do que estatísticas e manchetes, este livro investiga como o sistema de justiça criminal constrói a legitimidade dessas mortes a partir da análise de dois casos concretos ocorridos no Espírito Santo. Com base em dados estatísticos, estudos dedicados à análise da letalidade policial no Rio de Janeiro e em São Paulo, bem como documentos judiciais, inquéritos policiais e materiais jornalísticos, a obra revela como a figura da vítima é apagada e reconstruída como inimigo morto em combate, alimentando uma cultura institucional de permissividade letal.
Amparado por autores como Michel Misse e Eugênio Raúl Zaffaroni, o estudo propõe um mergulho crítico na dinâmica da sujeição criminal post mortem — conceito que revela as engrenagens simbólicas e jurídicas por trás da negação da vítima. Esta leitura é um convite à reflexão urgente: como o Estado justifica quem pode morrer? Uma obra provocativa, indispensável a quem busca compreender os mecanismos que sustentam a violência policial no Brasil.